Francisco Carlos de Assis e Mateus Maia | 23 de setembro de 2025 - 08h30

Haddad critica tarifas dos EUA sobre exportações brasileiras e diz que sanções são 'descabidas'

Ministro da Fazenda afirma que impacto é limitado e que Brasil pode redirecionar vendas com facilidade

ECONOMIA
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante coletiva de imprensa. - (Foto: WILTON JUNIOR)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou como “descabidas” as tarifas impostas pelos Estados Unidos a parte das exportações brasileiras. Durante entrevista concedida nesta terça-feira, 23, ao portal ICL Notícias, o ministro afirmou que a medida adotada pelo governo norte-americano não faz sentido econômico, especialmente ao atingir commodities.

“Não faz sentido taxar commodities, ainda mais do Brasil, que tem os melhores produtos do mundo”, declarou Haddad, ressaltando que o impacto da medida será limitado. Segundo ele, dois terços das exportações brasileiras para os EUA não foram afetados pela nova política tarifária.

Haddad destacou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está tratando o assunto com responsabilidade e evitando transformar o tema em um palanque político. “Lula está mantendo uma postura sóbria. Desde o início, deixei claro que não havia necessidade de alarde, porque o impacto macroeconômico é pequeno”, disse.

O ministro reforçou que o Brasil não terá dificuldades em encontrar novos compradores internacionais para os produtos impactados pelas sanções americanas. “Temos capacidade de realocar nossas exportações. Os produtos brasileiros são valorizados no mundo inteiro”, afirmou.

A resposta do governo brasileiro vem em meio ao aumento das tensões diplomáticas após os EUA aplicarem tarifas adicionais e outras sanções contra autoridades e empresas ligadas ao Brasil. No entanto, Haddad minimizou o risco de retaliações econômicas e disse confiar na capacidade do país de se adaptar ao novo cenário.